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Principais fake news sobre saúde na internet abastecem mercado lucrativo, diz relatório

23 de Maio de 2022


EXTRA

As informações falsas — ou fake news — ganharam maior relevância durante a pandemia da Covid-19, com mensagens questionando a eficiência de vacinas, propondo tratamentos sem eficácia e até mesmo sugerindo que o coronavírus seria fictício. O conteúdo, que circula em redes sociais, e-mails e aplicativos de conversa, está por trás de um mercado lucrativo. É o que aponta um relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital dos Estados Unidos (CCDH): 12 dos principais influenciadores antivacina do país representam uma indústria com receitas anuais de ao menos US$ 36 milhões.

Isso porque esses perfis impactam milhões de seguidores que clicam em links de anúncios, compram cursos com premissas duvidosas e rendem até US$ 1,1 bilhão para as redes sociais que abrigam os conteúdos, segundo o documento. Em 2020, por exemplo, um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, indicou que 61% dos sites que propagam fake news são financiados por plataformas como o Google Ads.

No Brasil, a realidade não é diferente. Durante a CPI da Covid, o Google forneceu uma lista de 385 vídeos retirados do YouTube depois de serem identificados como disseminadores de desinformação sobre a pandemia. Ao todo, o material rendeu aos perfis o equivalente a R$ 230 mil antes de ser removido do ar.

O EXTRA levantou as fake news que circulam hoje no país sobre saúde. Confira a opinião dos especialistas:

Tratamentos milagrosos

Substâncias supostamente naturais e que teriam efeitos superiores aos de remédios também são vendidas online com discursos sem embasamento científico. Cursos com propagandas enviadas em newsletters e veiculadas até mesmo em redes como YouTube prometem combater doenças como câncer e Alzheimer.

Em material direcionado ao combate de tumores, por exemplo, pessoas pagam até R$ 1.164 para ter acesso a um protocolo “100% natural”, supostamente capaz de reverter a doença. Na lista de cursos oferecidos pela empresa Jolivi Natural Health, há ainda um de R$ 1.524 que promete “reverter o Alzheimer”, doença que não tem cura.

A microbiologista Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência e colunista do Globo, explica que existem substâncias naturais que são eficazes para tratar doenças, mas elas precisam ser testadas e comprovadas pela ciência, o que não é o caso.

— Essas empresas se aproveitam de uma ideia de que tudo que é natural é bom, simplesmente por ser natural, e que tudo que é criado pelo homem, como os remédios, é ruim. O perigo é que você desvia os pacientes de tratamentos adequados para doenças graves e atrasa diagnósticos. Existem estudos que mostram que isso pode elevar a taxa de mortalidade, porque quando eles recorrem ao tratamento comprovado, pode ser tarde demais — afirma Natalia.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.


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