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Por que pesquisadores defendem início de aulas mais tarde após experiência de lockdown

10 de Janeiro de 2022



BBC

A pandemia não tem sido nada fácil para adolescentes, com o fechamento prolongado das escolas, as dificuldades nas aulas online e os impedimentos de se socializar pessoalmente com outros jovens da mesma idade.

Mas é possível que parte desses adolescentes tenha tido ao menos um ganho importante durante os meses mais duros da quarentena: a chance de dormir mais tempo, uma vez que não precisavam acordar cedo para ir à escola.

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E dormir bem é um fator crucial para a saúde e o desenvolvimento na adolescência - argumento principal de médicos e especialistas que defendem que as aulas presenciais de jovens não devem começar tão cedo pela manhã, para permitir que os jovens tenham mais horas de sono (entenda mais abaixo). Uma pesquisa feita na Suíça, recém-publicada na JAMA Network Open, avaliou o sono de 3,6 mil estudantes da etapa equivalente ao ensino médio, com idade média de 16 anos, durante os meses iniciais de lockdown no país - entre 13 de março e 6 de junho de 2020, quando as aulas suíças migraram para o ambiente remoto.

Ao comparar o tempo de sono desses adolescentes com um grupo de controle, que havia sido mensurado em 2017, ou seja, durante um período típico de aulas, os pesquisadores do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Zurique concluíram que, durante o lockdown pandêmico, os estudantes puderam dormir até 75 minutos a mais por dia de semana (nos fins de semana, não houve diferenças significativas entre os dois grupos).

Esse período adicional de sono foi associado a melhores indicadores de saúde, segundo os pesquisadores.

"Os participantes dormiram significativamente mais e apresentaram indicadores melhores de saúde, com menos consumo de cafeína e álcool do que antes da pandemia", diz a pesquisa. Um problema detectado pelos estudiosos é que esses ganhos de saúde trazidos pela oportunidade de dormir mais foram ofuscados pela incidência maior de tristeza, isolamento, sedentarismo e depressão em muitos adolescentes durante a pandemia, sobretudo na época mais restritiva da quarentena.

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