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Bactérias intestinais podem determinar perda ou ganho de peso

22 de Outubro de 2021



R7

O sobrepeso, a obesidade e a consequente dificuldade que alguns indivíduos enfrentam para emagrecer podem ter uma relação íntima com os tipos de bactéria, fungo e vírus que colonizam o intestino deles. Pessoas obesas sofrem de uma condição chamada disbiose, que é o desequilíbrio da microbiota intestinal.

Essa predisposição para o ganho de peso pode começar até mesmo antes do nascimento, afirma o médico Ricardo Barbuti, do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

"Quem vai lhe passar as primeiras bactérias, os primeiros vírus, os primeiros fungos é, na verdade, a sua mãe. Se a sua mãe já tiver uma microbiota desequilibrada, a sua microbiota também vai ser desequilibrada. É claro que existe uma predisposição genética para a obesidade. Agora, a expressão desses genes pode ser modificada pelo tipo de microbiota que você tem."

Até os 3 anos de idade formamos um conjunto de microrganismos intestinais que nos acompanharão pelo resto da vida. Eles são modulados com o passar do tempo, a depender de fatores como doenças, vacinas, remédios, estresse, entre outros.

Pessoas com disbiose têm o intestino mais permeável, a ponto de facilitar a entrada de outras bactérias, fungos ou até mesmo componentes oriundos dos alimentos nas camadas mais profundas do órgão. Isso cria um processo inflamatório, explica o médico. 

"Esse processo inflamatório é percebido por nervos — é como se tivessem scanners — que transmitem essa mensagem diretamente para o seu cérebro, especificamente para uma região chamada hipotálamo. Essa região do hipotálamo se comunica diretamente com a nossa principal glândula, que é a hipófise ou pineal. A hipófise controla o seu metabolismo inteiro: a atividade da suprarrenal, da tireoide, dos testículos, dos ovários..."

Ele acrescenta que o desequilíbrio da microbiota ainda interfere em "hormônios importantes diretamente envolvidos no controle do peso, do metabolismo, da fome e da saciedade".

O intestino é o local de produção de mais de 30 hormônios, inclusive 95% de toda a serotonina, um importante neurotransmissor que influencia no humor, apetite, sono, memória, entre outras funções.

Mas se um obeso tem disbiose, ao resolver esse problema, ele emagrece? Segundo Barbuti, a tendência é que sim.

Muito tem se falado nos últimos anos sobre o papel da microbiota na perda de peso, mas a fórmula para modificá-la é uma velha conhecida de quem precisa emagrecer: mudança da dieta e prática regular de exercícios físicos.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.


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