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Que doenças causam mudanças no olfato além da covid-19

12 de Abril de 2021



Coreio Braziliense

Barrie Smith foi diagnosticado com mal de Parkinson aos 50 anos — 18 anos antes, contudo, ele desenvolveu um sintoma muito estranho e permanente. Um dia, detectou "um cheiro forte de fumaça, como fio queimado", diz ele. Desde então, nunca mais sentiu o cheiro de nada.

Na época, desconcertado, o médico de Smith atribuiu a perda do olfato ao mergulho, já que o mergulho de profundidade, às vezes, pode provocar problemas olfativos. Quem dera que o médico estivesse certo.

A perda do olfato pode ter origens mais sérias que vão muito além do mergulho e, no caso de Smith, isso provou ser verdade. No mundo de hoje, a maioria atribuiria automaticamente a perda do olfato à covid-19, mas também é um sintoma comum de doenças neurodegenerativas, incluindo esclerose múltipla, Parkinson e Alzheimer.

Uma pesquisa revelou que até 38% das pessoas que sofrem de esclerose múltipla e quase metade dos adultos mais velhos diagnosticados com demência mostraram sinais de perda do olfato cinco anos antes. No caso da doença de Parkinson, algo entre 45% e 96% dos pacientes apresentam comprometimento do olfato. Durante anos, a perda do olfato — ou anosmia, como também é conhecida — foi amplamente ignorada como marcador de doenças como Parkinson, mas, agora, alguns cientistas acreditam que usá-la como ferramenta de diagnóstico pode ter grandes vantagens.

A patologia de doenças como o Parkinson se apresenta na área olfativa do cérebro muito antes de outras áreas, e acredita-se que essa seja a razão pela qual Smith tenha perdido o olfato 18 anos antes de sentir o primeiro tremor. Um teste de olfato preciso poderia ter identificado a doença quase duas décadas antes de seu diagnóstico oficial, e poderia ter dado a ele muito mais tempo para retardar seu avanço.

Várias iniciativas estão desenvolvendo testes que podem usar o olfato para ajudar no diagnóstico de doenças neurodegenerativas. O Predict-PD é uma dessas iniciativas. Alastair Noyce, professor clínico da Universidade Queen Mary, em Londres, que lidera o projeto, desenvolveu um teste de olfato chamado Scratch and Sniff.

É um teste rápido que apresenta ao paciente seis odores que geralmente encontramos ao longo do dia, com base em uma lista mais ampla de 40 aromas. A esperança é que os dados coletados possam ser usados ??para prever quem desenvolverá Parkinson, o que pode levar a novos tratamentos precoces que podem impedir a progressão da doença ou retardá-la.

E com um percential que varia de 0,45% a 3,4% dos indivíduos (dependendo do teste) aparentemente inconscientes de sua própria perda de olfato, ferramentas como o Predict-PD podem ajudar as pessoas a identificá-la.

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